Onde tudo começou...
Em 2017 celebra-se os 400 Anos da Espiritualidade e do Carisma Vicentino. Em 1617, dois acontecimentos marcaram a vida de São Vicente de Paulo.
I) No início de janeiro de 1617, na pequena
cidade de Folleville, na França, Vicente de Paulo, em contato com a realidade
dos Pobres, percebe que eles estão abandonados. A
missão de Folleville, além de marcar a data de nascimento da Congregação da
Missão – Vicente de Paulo considerou o fato como sendo o primeiro
“Sermão da Missão” – mostra o carisma sob o
qual ele se deixará conduzir ao serviço dos Pobres. Em Folleville,
ele entrega-se definitivamente ao evangelho de Jesus Cristo, à Igreja, à
salvação, ao cuidado dos Pobres e à proclamação da misericórdia de Deus.
II) No
final do mês de julho de 1617, Vicente de Paulo assume como pároco na pequena cidade de
Châtillon-les-Dombes, também na França. Logo em seguida, no dia 23 de agosto de 1617, Vicente de
Paulo reuniu-se com oito mulheres e propôs a criação de uma Associação para
ajudar os Pobres, dado que, “por vezes, os Pobres sofrem mais por falta de
organização do que por falta de pessoas que possam ajudá-los”.
A intuição partiu do que Vicente de Paulo percebeu.
Demarcou
limites de sua atuação: “Os Pobres passam
fome e se condenam”.
a) “Os
Pobres passam fome...”. Quando uma pessoa passa fome é preciso dar-lhe de comer. Nesse caso, não se pode
esperar. Não é uma questão a resolver a médio ou longo prazo. É preciso agir de
imediato e com urgência. Abriram-se lhe os olhos... Ele viu a extrema
degradação do ser humano. Viu a tamanha falta de dignidade imputada a uma
grande parcela daqueles que foram “criados à imagem e semelhança de Deus”. Não
cria nada de novo além daquilo que Deus, desde todo o sempre, insistiu no seu
Plano de Salvação e, fundamentando-se na Palavra de Deus, prioriza o essencial
do Projeto de Deus que é a vivência do amor até às últimas consequências, a
entrega àquilo que é a essência de Deus: a Caridade.
b) “Os
Pobres se condenam...”. As pessoas, na época de Vicente de
Paulo, não tinham acesso às mínimas possibilidades de conhecimento em quase
todas as dimensões humanas. Socialmente dominadas, culturalmente ignoradas, canonicamente
excluídas, religiosamente desprezadas... Os Pobres, naquela fase da
história humana, nem eram considerados como pessoas humanas pelas elites e
pelas classes dominantes, ou quanto muito, eram consideradas apenas como gente
de segunda categoria... Vicente de Paulo percebe que
era preciso “instruir o povo”, fazê-lo sabedor de sua dignidade, mudá-lo para
patamares mais elevados enquanto ser humano e ensinar-lhes as verdades do
Projeto de Deus.
Para
celebrar o 400º Aniversário do nascimento do Carisma Vicentino, somos
convidados a conhecer melhor a Espiritualidade Vicentina para poder fazer mais
pelos mais Pobres. Como Família Vicentina sabemos que podemos fazer mais! Por
isso, em unidade e configurados ao redor de um mesmo objetivo colaborativo para
o bem dos Pobres, “Contra as pobrezas, agir juntos”.
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