Quando a realidade parece ficção é hora de fazer documentário!

Tema de 2019 - Mestres e Senhores


“Senhores e Mestres”


Os Pobres são “nossos Senhores e Mestres” foi o lema adotado por Vicente de Paulo e que o converteu como marca de seu amor e dedicação para com os Pobres. Vicente de Paulo orientava seus colaboradores a terem um extremo zelo e cuidado pelos Pobres. Via neles, a imagem do próprio Deus. Portanto, o serviço a eles prestado, deveria ser de ótima qualidade. O serviço deveria ser feito ao Pobre como se estivesse fazendo para o próprio Deus. De fato, Vicente de Paulo considerava os Pobres como Senhores e Mestres: “Vamos, pois, meus irmãos! E nos empenhemos com um novo amor em servir os Pobres e inclusive procuremos os mais Pobres e os mais abandonados; reconheçamos diante de Deus estes são nossos Senhores e nossos Mestres, e que nós somos indignos de lhes prestar nossos pequenos serviços”.


Elisabeth Baley Seton / Lindalva Justa de Oliveira

Cuidar dos Pobres

                                                                                            Mizael Donizetti Poggioli

Este ano de 2017, celebramos os 400 anos do Carisma Vicentino. O mundo Vicentino volta seu olhar com maior atenção às origens de suas raízes. É um momento oportuno de olhar o passado, analisar detalhadamente os passos que foram dados por milhares de pessoas que, nestes quatro séculos, a exemplo de Vicente de Paulo, dedicaram suas vidas à evangelização e ao serviço aos Pobres. É um momento também de olhar a realidade atual, as circunstâncias em que vivemos. Fundamentando-se no Carisma Vicentino, olhar o futuro com esperança e vislumbrar tempos melhores para os Pobres deste mundo. Esta semana, a primeira do ano, temos na Família Vicentina, o exemplo de duas pessoas que dedicaram suas vidas para os Pobres. Uma, da América do Norte; outra da América do Sul.

Fazemos a memória no dia 4 de janeiro de Santa Ana Elisabeth Baley Seton. É de Nova Iorque. Casada, mãe de cinco filhos, depois da morte do marido dedicou-se inteiramente às obras de Caridade e Educação. Em 1809, na Diocese de Baltimore, fundou o Instituto das Irmãs de Caridade, destinado à educação das jovens. Ela percebeu, como Vicente de Paulo e Luísa de Marillac que a educação é uma das principais ferramentas para ajudar os Pobres a saírem da pobreza e da miséria. Tinha o mesmo entendimento que Paulo VI que, muito tempo depois disse no documento Populorum Progressio: “A falta de educação é desnutrição. A pessoa analfabeta é um espírito faminto”.
Mês de janeiro temos também a memória da Beata Lindalva Justa de Oliveira – Mártir - no dia 7 de janeiro.  Filha da Caridade da Província de Recife – Brasil. No dia 9 de abril de 1993, tinha apenas 40 anos, sábado Santo, após participar da Via Sacra, quando estava preparando o café da manhã para os idosos do Abrigo onde trabalhava em Salvador - BA, foi violentamente assassinada com 44 facadas por um dos pensionistas. Em todos os tempos na história da Igreja, encontramos ícones que nos apontam o caminho que leva à Deus. A santidade não tem cor, não pertence a uma raça ou a um povo específico, mas é um apelo universal dirigido a todos nós. Todos somos convidados a preservar, pela graça de Deus, o gérmen divino que nos assemelha ao nosso Criador. O Brasil é chão fecundo e terra fértil, regada pelo sangue dos mártires. O martírio da Irmã Lindalva se dá num tempo particularmente difícil em que o mundo está envolto nas trevas do egoísmo, do hedonismo, da indiferença religiosa. Ela chega para dizer que Deus conta conosco, que Ele continua chamando do meio do povo corações dispostos a servi-Lo e a anunciar com a própria vida que vale a pena tudo deixar para ser uma fagulha de luz na escuridão do pecado. Irmã Lindalva tem pressa de mostrar ao mundo que ainda se morre por amor a Jesus. A Beata Lindalva Justa de Oliveira é uma santa dos tempos modernos. Com a força do seu coração abre suas veias, a exemplo de tantos irmãos vicentinos, que também foram sacrificados em tempos bem difíceis da história da Igreja. Que São Vicente de Paulo, nosso Santo Fundador e Irmã Lindalva interceda por todos nós para que, abrasados pelo fogo da Caridade, sejamos apóstolos incansáveis da misericórdia e do amor infinito de Deus para os Pobres, “nossos mestres e senhores”.
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Elisabeth Ana Bayley Seton / Lindalva Justo de Oliveira

Dos mujeres ejemplares 

Mizael Donizetti Poggioli 
400 años del nacimiento del Carisma Vicentino.

Cuidar de los Pobres

Este año de 2017, celebramos los 400 años del Carisma Vicenciano. El mundo Vicenciano vuelve su mirada con mayor atención a los orígenes de sus raíces. Es un momento oportuno de mirar el pasado, analizar minuciosamente los pasos que fueron dados por miles de personas que, en esos cuatro siglos, a ejemplo de Vicente de Paúl, dedicaron sus vidas a la evangelización y al servicio a los Pobres. Es un momento también de ver la realidad actual, las circunstancias en que vivimos. Fundamentándose en el Carisma Vicenciano, mirar el futuro con esperanza y vislumbrar tiempos mejores para los Pobres de este mundo.
Esta semana, la primera del año, tenemos en la Familia Vicenciana, el ejemplo de dos personas que dedicaron sus vidas para los Pobres. Una, de la América del Norte; otra de la América del Sur.
Hacemos memoria, en el día 4 de enero, de Santa Elisabeth Ana Bayley Seton. Nacida en Nueva York (EEUU). Casada, madre de cinco hijos, después de la muerte del marido se dedicó enteramente a las obras de Caridad y Educación. En 1809, en la Diócesis de Baltimore, fundó el Instituto de las Hermanas de Caridad, destinado a la educación de las jóvenes. Ella percibió, como Vicente de Paúl y Luisa de Marillac que la educación es una de las principales herramientas para ayudar los pobres a que salgan de la pobreza y de la miseria. Tenía la misma mentalidad que Pablo VI que, tiempos después dice en el documento Populorum Progressio, 35: “Efectivamente el hambre de instrucción no es menos deprimente que el hambre de alimento: un analfabeto es un espíritu subalimentado”.

En esta semana tenemos también la memoria de la Beata Lindalva Justo de Oliveira – Mártir, el 7 de enero. Hija de la Caridad de la Provincia de Recife – Brasil. El día 9 de abril de 1993, tenía apenas 40 años, sábado Santo, después de participar de la Vía Crucis, cuando estaba por preparar el desayuno para los mayores del Hogar donde trabajaba en Salvador – BA, ha sido violentamente asesinada con 44 puñaladas por uno de los asistidos. En todos los tiempos en la historia de la Iglesia, encontramos íconos que nos apuntaron el camino que lleva a Dios. La santidad no tiene color, no pertenece a una raza o a una gente específica, pero es un llamado universal dirigido a todos nosotros. Todos somos invitados la preservar, por la gracia de Dios, el germen divino que nos asemeja a nuestro Creador. El Brasil es suelo fecundo y tierra fértil, regada por la sangre de los mártires. El martirio de la Hermana Lindalva se da en un tiempo particularmente difícil en que el mundo está envuelto en las tinieblas de egoísmo, hedonismo e indiferencia religiosa. Ella llega para decir que Dios cuenta con nosotros, que Él continua llamando en medio de la gente a corazones dispuestos a servirlo y a anunciar con la propia vida que merece la pena dejar todo, para ser una chispa de luz en la oscuridad del pecado. La hermana Lindalva tiene prisa de enseñar al mundo que aún se muere por amor a Jesús. Beata Lindalva Justo de Oliveira es una santa de los tiempos modernos. Con la fuerza de su corazón abre sus venas, a ejemplo de tantos hermanos vicencianos, que también fueron sacrificados en tiempos bien difíciles de la historia de la Iglesia. Que San Vicente de Paúl, nuestro Santo Fundador y Hermana Lindalva interceda por todos nosotros para que, abrasados por el fuego de la Caridad, seamos apóstoles incansables de la misericordia y del amor infinito de Dios para los Pobres, “nuestros maestros y señores”.

                                                                                                    cmglobal 


Elizabeth Ann Bayley Seton / Lindalva Justo de Oliveira

Two models of service for the marginalized

In a study entitled “Care for those persons who are Poor” Fr. Mizael Donizetti Poggioli, CM draws on the lives of two saints celebrated during this first week of January. St. Elizabeth Ann Seton (January 4th) and Blessed Lindalva Justo de Oliveira (January 7) were known for their service for the marginalized.

During this year of 2017, we celebrate the 400th anniversary of the birth of the Vincentian charism. This event leads the members of the Vincentian Family to be ever more attentive to the root of their origins. Therefore, this is an appropriate time to reflect on our past and to analyze the steps that were taken by thousands of people who made a decision to follow Vincent de Paul by dedicating their lives to the process of evangelization and service on behalf of those men and women who are Poor. This is also a time to reflect on our present reality and the situation in which we find ourselves… a time to ground ourselves more deeply in the Vincentian charism so that we can view the future with hope and envision a better world for those people who find themselves on the peripheries, the Poor who are our lords and masters.
This week, the first week of the new year, we (as members of the Vincentian Family) have the example of two individuals who dedicated their lives to service on behalf of the Poor … one of these individuals from North America and the other from South America.
On January 4th, we remember Saint Elizabeth Ann Bayley Seton, who was born in New York City (the United States), married and was the mother of five children. After the death of her husband, she dedicated herself to works of charity and education.  In 809, in the Diocese of Baltimore, she founded the Institute of the Sisters of Charity for the purpose of reeducating girls.  Like Vincent de Paul and Louise de Marillac, Elizabeth understood that education was a primary tool that was capable of raising up the Poor from their situation of misery and oppression.  She had the same attitude as Paul VI, who in his encyclical, Populorum Progressio, stated: Lack of education is as serious as lack of food; the illiterate is a starved spirit.
Also this week, on January 7th, we remember Blessed Lindalva Justo de Oliveira, a martyr. She was a member of the Daughters of Charity (the Province of Recife, Brazil). On  April 9th, 1993, Good Friday, Sister Lindalva took part in the parish Way of the Cross at 4: 30 in the morning. By 7 a.m. she was back at work to prepare and serve breakfast to the elderly and the infirm at the home for the elderly where she ministered. As she served coffee from behind a table one of the residents approached her and stabbed her 44 times. Throughout the history of the Church, there have been individuals who point out the path that leads to God.  Holiness is not limited to people of any one race or nationality.  Rather holiness is a universal call that is addressed to all people.  Indeed, we are all invited to preserve and develop, through the grace of God, that divine element which make us like our Creator. Brazil is a fertile and fruitful land… a land made such through the blood of the martyrs.  The martyrdom of Sister Lindalva occurred at a particularly critical moment… a time when so many people were caught up in clouds of darkness, in clouds of selfishness, hedonism and religious indifference. In the midst of that situation, Sister appeared in our midst in order to tell us that God was depending on us and that God continues to call people to service and to proclaim with their very life that it is worth the while to leave everything in order to be a light in the midst of the darkness of sin. Through her life and her death, Sister Lindalva teaches the world how to love God and how to love our neighbor. Blessed Lindalva Justo de Oliveira is a saint of the modern era.  She wholeheartedly offered her life and thus followed the example of so many other members of the Vincentian Family who also offered their lives to God during some other difficult and tumultuous times in the history of the Church. May Saint Vincent de Paul, our Holy Founder, and Sister Lindalva intercede for us so that, enflamed by the fire of charity, we might be tireless apostles of God’s infinite love and mercy toward the Poor, our lords and masters.

Translated: Charles T. Plock, CM
cmglobal.org

Sainte Anne-Elizabeth Seton / Bienheureuse Lindalva Justo de Oliveira

Des modèles vincentiens 

Prendre soin des Pauvres

Mizael Donizetti Poggioli – CM

Cette année 2017, nous célébrons les 400 ans du charisme Vincentien. Le monde vincentien oriente son regard soutenu vers les racines de son origine. C’est l’occasion de regarder son passé, analysant en détail les pas imprimés par des milliers de personnes qui, ces quatre siècles derniers, à l’exemple de Saint Vincent de Paul, ont consacré leur vie à l’évangélisation et au service des pauvres. L’occasion aussi de voir la réalité contemporaine, les circonstances dans lesquelles nous vivons. Fondé dans le charisme vincentien, regarder le futur avec espérance et entrevoir des temps meilleurs pour les pauvres dans le monde. La semaine dernière, la première de l’année, dans la Famille Vincentienne nous avons, à l’exemple de deux personnes qui ont consacrées leurs vies pour les Pauvres. Une d’Amérique du Nord, et l’autre d’Amérique du Sud.
Ce 4 janvier, nous faisons mémoire, de Sainte Anne-Elizabeth Seton. Née à New York (USA). Mariée, mère de cinq enfants, après la mort de son mari elle s’est entièrement consacrée aux œuvres de Charité et d’Education. En 1809, dans le diocèse de Balrimore, elle a fondée l’Institut des Sœurs de la Charité, destinée à l’éducation des jeunes. Comme Vincent de Paul et Louise de Marillac, elle a perçue, que l’éducation est un des outils pour aider les pauvres à sortir de la pauvreté et de la misère. Elle avait la même pensée que Paul VI qui dit dans son document Popularum Progressio, 35 « effectivement, la faim d’instruction n’est pas moins déprimante que la faim d’aliments ; un analphabète est un esprit sous-alimenté ».
Nous aurons aussi cette semaine la mémoire de la Bienheureuse Lindalva Justo de Oliveira – Martyr, le 7 janvier, Fille de la Charité de la Province de Recife, Brésil. Le 9 avril 1993, elle avait à peine 40 ans, le samedi saint, après avoir participé au chemin de croix, alors qu’elle préparait le déjeuner pour les personnes âgées de la Résidence ou elle travaillait à Salvador –BA, elle a violemment été assassinée de 44 coups de couteau par un des résidents. A chaque époque de l’histoire de l’Eglise, nous rencontrons des icônes qui nous désignent le chemin qui conduit à Dieu. La sainteté n’a pas de couleur, elle n’appartient pas à une race ou des personnes particulières, mais elle est un appel universel adressé à chacun d’entre nous. Nous sommes tous invités à la persévérance, par la grâce de Dieu, le germe divin qui nous rend semblable au Créateur. Le Brésil est un sol fécond et une terre fertile, irriguée par le sang des martyrs. Le martyr de sœur Lindalva est vécu dans un moment très difficile durant lequel le monde était enfermé dans les ténèbres de l’égoïsme, de l’hédonisme ou de l’indifférence religieuse. Elle arrive à dire que compte pour nous, qu’il continue à nous appeler au milieu des personnes des cœurs disposés à le servir et à l’annoncer par sa vie qui vaut le coup de tout abandonner, pour devenir une étincelle lumineuse dans l’obscurité du péché. La soeur Lindalva n’a de cesse d’enseigner au monde que l’on meurt encore par amour du Christ. La bienheureuse Lindalva Justo de Oliveira est une sainte des temps modernes. Avec la force de son cœur elle l’ouvre à l’exemple de tant de frères vincentiens, qui ont été sacrifiés dans des moments difficiles de la vie de l’Eglise. Que Saint Vincent de Paul notre Fondateur et Sœur Lindalva intercèdent pour nous afin que nous nous embrasions par le feu de la charité, que nous soyons d’infatigables apôtres de la miséricorde et de l’amour infini de Dieu pour les pauvres « nos seigneurs et nos maitres ».

 Traduit par Bernard Massarini c.m.

Contra as pobrezas, agir juntos

1617 – Onde tudo começou...
No ano de 2017 celebra-se os 400 Anos do Carisma de São Vicente de Paulo. Tudo começou em 1617, em Folleville e Châtillon na França onde Vicente de Paulo começa, efetivamente, o Serviço e a Evangelização dos Pobres.
Foi nessa ocasião que ele, deparando-se com a pobreza e a miséria, com a graça de Deus, tomou a decisão e, firmando-se nela, começou seu itinerário espiritual. Demarcou limite – “os Pobres passam fome e se condenam”.
“Os Pobres passam fome...”. Quando uma pessoa passa fome é preciso dar-lhe de comer. Nesse caso, não se pode esperar. Não é uma questão a resolver a médio ou longo prazo. É preciso agir de imediato e com urgência. Abriram-se lhe os olhos... Ele viu a extrema degradação do ser humano. Viu a tamanha falta de dignidade imputada a uma grande parcela daqueles que foram “criados à imagem e semelhança de Deus”. Não cria nada de novo além daquilo que Deus, desde todo o sempre, insistiu no seu Plano de Salvação e, fundamentando-se na Palavra de Deus, prioriza o essencial do Projeto de Deus que é a vivência do amor até às últimas consequências, a entrega àquilo que é a essência de Deus: a Caridade.
“Os Pobres se condenam...”. As pessoas, na época de Vicente de Paulo, não tinham acesso às mínimas possibilidades de conhecimento em quase todas as dimensões humanas. Socialmente dominadas, culturalmente ignoradas, canonicamente excluídas, religiosamente desprezadas...
Os Pobres, naquela fase da história humana, nem eram considerados como pessoas humanas pelas elites e pelas classes dominantes, ou quanto muito, eram consideradas apenas como gente de segunda categoria...
Vicente de Paulo percebe que era preciso “instruir o povo”, fazê-lo sabedor de sua dignidade, mudá-lo para patamares mais elevados enquanto ser humano e ensinar-lhes as verdades do Projeto de Deus.
Para celebrar o 400º Aniversário do nascimento do Carisma Vicentino, somos convidados a conhecer melhor a Espiritualidade Vicentina para poder fazer mais pelos mais Pobres. Como Família Vicentina sabemos que podemos fazer mais! Por isso, em unidade e configurados ao redor de um mesmo objetivo de vida, “Contra as pobrezas, agir juntos”.

Livro: Contra as pobrezas, agir juntos
Autor: Mizael Donizetti Poggioli
Coleção Vicentina: N° 56
Páginas: 142














                                 Onde tudo começou...



Em 2017 celebra-se os 400 Anos da Espiritualidade e do Carisma Vicentino. Em 1617, dois acontecimentos marcaram a vida de São Vicente de Paulo. 

I) No início de janeiro de 1617, na pequena cidade de Folleville, na França, Vicente de Paulo, em contato com a realidade dos Pobres, percebe que eles estão abandonados. A missão de Folleville, além de marcar a data de nascimento da Congregação da Missão – Vicente de Paulo considerou o fato como sendo o primeiro “Sermão da Missão” – mostra o carisma sob o qual ele se deixará conduzir ao serviço dos Pobres. Em Folleville, ele entrega-se definitivamente ao evangelho de Jesus Cristo, à Igreja, à salvação, ao cuidado dos Pobres e à proclamação da misericórdia de Deus.

II) No final do mês de julho de 1617, Vicente de Paulo assume como pároco na pequena cidade de Châtillon-les-Dombes, também na França. Logo em seguida, no dia 23 de agosto de 1617, Vicente de Paulo reuniu-se com oito mulheres e propôs a criação de uma Associação para ajudar os Pobres, dado que, “por vezes, os Pobres sofrem mais por falta de organização do que por falta de pessoas que possam ajudá-los”.

A intuição partiu do que Vicente de Paulo percebeu. Demarcou limites de sua atuação: “Os Pobres passam fome e se condenam”.

a) “Os Pobres passam fome...”. Quando uma pessoa passa fome é preciso dar-lhe de comer. Nesse caso, não se pode esperar. Não é uma questão a resolver a médio ou longo prazo. É preciso agir de imediato e com urgência. Abriram-se lhe os olhos... Ele viu a extrema degradação do ser humano. Viu a tamanha falta de dignidade imputada a uma grande parcela daqueles que foram “criados à imagem e semelhança de Deus”. Não cria nada de novo além daquilo que Deus, desde todo o sempre, insistiu no seu Plano de Salvação e, fundamentando-se na Palavra de Deus, prioriza o essencial do Projeto de Deus que é a vivência do amor até às últimas consequências, a entrega àquilo que é a essência de Deus: a Caridade.

b) “Os Pobres se condenam...”. As pessoas, na época de Vicente de Paulo, não tinham acesso às mínimas possibilidades de conhecimento em quase todas as dimensões humanas. Socialmente dominadas, culturalmente ignoradas, canonicamente excluídas, religiosamente desprezadas... Os Pobres, naquela fase da história humana, nem eram considerados como pessoas humanas pelas elites e pelas classes dominantes, ou quanto muito, eram consideradas apenas como gente de segunda categoria... Vicente de Paulo percebe que era preciso “instruir o povo”, fazê-lo sabedor de sua dignidade, mudá-lo para patamares mais elevados enquanto ser humano e ensinar-lhes as verdades do Projeto de Deus.

Para celebrar o 400º Aniversário do nascimento do Carisma Vicentino, somos convidados a conhecer melhor a Espiritualidade Vicentina para poder fazer mais pelos mais Pobres. Como Família Vicentina sabemos que podemos fazer mais! Por isso, em unidade e configurados ao redor de um mesmo objetivo colaborativo para o bem dos Pobres, “Contra as pobrezas, agir juntos”.

Mudança Sistêmica

A Comissão Internacional da Família Vicentina para Promover Mudança Sistêmica lançou em maio de 2016 o Manual para Mudança Sistêmica. 

O Manual para Mudança Sistêmica foi traduzido em quatro idiomas:
Inglês: Manual for Systemic Change
Espanhol: Manual para Cambio Sistémico
Portuquês: Manual para Mudança Sistêmica
Francês: Manuel du Changement Systémique

É um material que poderá ser muito útil e que poderá servir para introduzir-nos na metodologia libertadora no serviço com e para os Pobres.

Possui 17 temas, todos eles pertinentes à questão de Mudança Sistêmica dentro da Espiritualidade Vicentina.


I. Comissão Internacional para Promover Mudança Sistêmica
II. A noção de Mudança Sistémica
III. Critérios para projetos de Mudanças Sistêmicas
IV. Espiritualidade Vicentina e Mudança Sistêmica
V. Três importantes dimensões necessárias para ser um servidor cheio entusiasmo pelo Serviço aos Pobres de hoje
VI. Dez Sementes da Mudança Sistêmica na Vida e Obra de São Vicente de Paulo
VII. Dez princípios fundamentais da Doutrina Social da Igreja
VIII. A importância dos Agentes Multiplicadores
IX. O trabalho colaborativo e participativo
X. Estratégias de sucesso
XI. Elementos Essenciais (Ferramentas essenciais) de Mudança Sistêmica
XII. Cinco estratégias para combate a pobreza
XIII. Impacto Social
XIV. A mudança é possível
XV. Aldeia Global
XVI. Arrecadação de Fundos
XVII. Método para transformar um projeto existente

Manual for Systemic Change

Manual for Systemic Change
The International Commission of the Vincentian Family to Promote Systemic Change presents this Manual you now have in your hands.
What we present in this little book, "Manual of Systemic Change" was precisely understanding provide a  transformative methodology that since 2006, is being offered to the Vincentian Family, for his work for and with the Poor.
Its main objective is to give an idea of ​​the contents generally meet most of the requirements of a transformer and efficient work when it comes to helping people out of poverty and misery.
This "Manual of Systemic Change" consists of seventeen themes, although different, are closely interrelated. Part of the conceptualization of the issues, the systematization of the routes to follow and finally the effective and efficient functioning of the services we provide to the Poor.
They are the basis of the conceptual part of a systemic change, pedagogical, methodological and technical aspects as well as notes on the Vincentian charism that underlie our vocation, our values ​​and our mission as collaborators of the Poor.
As this is only a "Manual", the International Commission of the Vincentian Family to Promote Systemic Change deepens each topic in meetings and seminars with participants.

We would like this "Manual of Systemic Change" may concern everyone, and serve as motivation for the deepening and application of this methodology of systemic change, as well as knowledge of new paradigms that it provides for the construction of a world more just, humane and united. It is not a finished material. Suggestions to improve the text from each of the readers, are always welcome.

Manual para Mudança Sistêmica

A Comissão Internacional da Família Vicentina para Promover Mudança Sistêmica apresenta este Manual que você agora tem em mãos. 
O que apresentamos neste pequeno livro, “Manual de Mudança Sistêmica”, é justamente oferecer compreensão sobre uma metodologia transformadora que, desde 2006, está sendo oferecida para toda a Família Vicentina, para seu trabalho para e com os Pobres.
Seu principal objetivo é dar uma visão sobre os conteúdos que, de forma geral, preenchem grande parte dos requisitos de um trabalho eficiente e transformador quando se trata de ajudar as pessoas a saírem da pobreza e da miséria. 
Esse “Manual de Mudança Sistêmica” é formado por dezessete temas que, embora sejam distintos, são intimamente conectados uns com os outros. Parte da conceituação dos temas, da sistematização dos caminhos a serem percorridos e, finalmente, da operacionalização efetiva e eficaz dos serviços que prestamos aos Pobres.
Estão subjacentes a parte conceitual de Mudança Sistêmica, a parte pedagógica, metodológica e técnica, como também esboços do Carisma Vicentino no qual fundamentam nossa Vocação, nossos Valores e nossa Missão como colaboradores dos Pobres.
Como se trata de apenas um “Manual”, a Comissão Internacional da Família Vicentina para Promover Mudança Sistêmica aprofunda cada um dos temas nos Encontros e Seminários quando convidada a assessorá-los.

Gostaríamos que este "Manual de Mudança Sistêmica" pudesse encantar todos e servisse de motivação para o aprofundamento e aplicação dessa metodologia de Mudança Sistêmica, como também no conhecimento dos novos paradigmas que ela oferece para a construção de um mundo mais justo, fraterno e solidário. Não é um material acabado. Com muito prazer, as sugestões para melhorar o texto, provenientes de cada um dos leitores(as), sempre serão bem-vindas. 

Manual para Cambio Sistémico

La Comisión Internacional de la Familia Vicentina para Promover Cambio Sistémico presenta este Manual. Lo que presentamos en este pequeño libro, “Manual para Cambio Sistémico”, se proporcionará precisamente la comprensión de una metodología transformadora que desde 2006, se está ofreciendo a la Familia Vicentina, por su trabajo para y con los Pobres.
Su principal objetivo es dar una idea de los contenidos que, en general, cumplen con la mayoría de los requisitos de un trabajo transformador e eficiente cuando se trata de ayudar a las personas a salir de la pobreza y la miseria.
Este “Manual del Cambio Sistémico” se compone de diecisiete temas que, aunque distintos, están estrechamente relacionados entre sí. Parte de la conceptualización de los temas, la sistematización de las rutas a seguir y, finalmente, el funcionamiento eficaz y eficiente de los servicios que prestamos a los Pobres.
Ellos son la base de la parte conceptual de un cambio sistémico, la parte pedagógica, metodológica y técnica, así como apuntes del Carisma Vicentino en las que subyacen en nuestra Vocación, nuestros Valores y nuestra Misión como colaboradores de los Pobres.
Como esto es sólo un “Manual”, la Comisión Internacional de la Familia Vicentina para Promover Cambio Sistémico profundiza cada tema en reuniones y seminarios con los participantes.

Nos gustaría que este “Manual de Cambio Sistémico” les pueda interesar a todos, y servir como motivación para la profundización y aplicación de esta metodología de Cambio Sistémico, así como el conocimiento de los nuevos paradigmas que ella ofrece para la construcción de un mundo más justo, humano y solidario. No es un material acabado. Las sugerencias para mejorar el texto, provenientes de cada uno de los lectores (as), siempre serán bienvenidas.

Manuel du Changement Systémic

Ce Manuel est présenté par la Commission Internationale de la Famille Vincentienne pour la Promotion du Changement Systémique. Ce que nous présentons dans ce petit livret, « Manuel du Changement Systémique », fournira précisément la compréhension d'un « Outil » qui, depuis 2006, est offert à la Famille Vincentienne, pour leur travail pour et avec les Pauvres.
Son objectif principal est de donner une idée qui répond généralement à la plupart des exigences d'un travail transformateur et efficace, quand on aide des gens à sortir de la pauvreté et de la misère.
Ce « Manuel du Changement Systémique » se compose de dix-sept chapitres étroitement liés, bien que différents entre eux. Y sont contenus, la conceptualisation des questions, la systématisation des itinéraires à suivre et enfin le fonctionnement efficace et efficient des services que nous fournissons aux Pauvres.
Ils sont la base de la partie conceptuelle d'un Changement Systémique, de la partie pédagogique, méthodologique et technique ; et comme le note le Charisme Vincentien, ils sous-entendent notre vocation, nos valeurs et notre mission en tant que collaborateurs des Pauvres.
Comme ce n’est seulement qu’un « Manuel », la Commission Internationale de la Famille Vincentienne pour la Promotion du Changement Systémique approfondit chaque sujet dans des réunions et des séminaires avec des participants.

Nous espérons que ce « Manuel du Changement Systémique » les intéressera tous, les motivera pour l'approfondissement et l'application de cette méthodologie du Changement Systémique et les aidera aussi à faire la connaissance des nouveaux paradigmes qu'elle offre pour la construction d'un monde plus juste, plus fraternelle et solidaire. Ce n’est pas un outil fini, les suggestions pour en améliorer le texte venant des lecteurs et des lectrices seront toujours les bienvenues.