Quando a realidade parece ficção é hora de fazer documentário!

Vicente de Paulo / Luísa de Marillac
Em 1660, há 350 anos atrás, passaram para a casa do Pai, São Vicente de Paulo e Santa Luísa de Marillac. Toda a Família Vicentina, no mundo inteiro, está sendo chamada a celebrar, neste ano de 2010, a vida e o carisma destes dois companheiros de fé e de ação, que deixaram a marca da ação caritativa na vida da Igreja e da humanidade.
Também no Brasil, como acontece com todos os Ramos da Família Vicentina, a Sociedade de São Vicente de Paulo, em conjunto com e sob a assessoria da coordenação do Conselho Nacional da Família Vicentina, estimula que todos os Confrades e Consócias a, de forma especial, refletir sobre o “carisma vicentino”, a partir de reflexões sobre a vida e o pensamento de São Vicente e Santa Luísa.
Para orientar esta reflexão, todos os vicentinos estão convidados a utilizarem, como texto base para as leituras espirituais nas reuniões de suas Conferências, as “doze fichas de reflexão para a Família Vicentina” apresentadas neste livro.
Tais fichas foram preparadas pela Comissâo do Patrimônio Espiritual (Heritage Commission) para a comemoração dos 350 anos da morte de São Vicente de Paulo e Santa Luísa de Marillac de forma a oferecer material de reflexão para a comunidade vicentina ao longo de todo o ano: uma ficha para cada mês.
Ao longo da história, Deus suscita alguns homens e mulheres a darem um testemunho marcante de fé, que sirva para orientar e motivar a humanidade na sua caminha neste mundo rumo ao Pai. São os profetas e Santos, que dão testumunhos que vem de encontro às necessidades específicas do povo em um dado momento histórico, mas que se perpetuam como carismas vivos dentro de Igreja.
Assim, no século XVII, quis o Senhor que São Vicente e Santa Luísa marcassem, de forma profunda, a importância da Caridade como atitude de vida e de missão que deve orientar a vida de todos os que se apresentam como um seguidores de Jesus Cristo.
De fato, como nos lembra Bento XVI, na Encíclica Deus é Amor, “o amor ao próximo, radicado no amor a Deus, é um dever antes de tudo para cada um dos fiéis”. Diz ainda que “a Igreja como comunidade deve praticar o amor. Consequência disso é que o amor tem necessidade também de organização como pressuposto para um serviço comunitário ordenado ”.
Bento XVI irá lembrar ainda que a “consciência que o dever do amor ao próximo tem relevância constitutiva na Igreja desde o seu início: Todos os crentes viviam unidos e possuíam tudo em comum (...) pelo que, no seu meio, já não subsite a diferença entre ricos e pobres”. E continua. “Com o crescimento da Igreja, essa forma radical de comunhão material não pode ser mantida. Mas o núcleo essencial ficou: no seio da comunidade dos crentes não deve haver uma forma de pobreza tal que sejam negados a alguém os bens necessários para uma vida condigna”.
Ora, Vicente e Luísa foram, no seu tempo, chamados a dar testemunho de que a Caridade é a essência da vida cristã. Caridade que é ao mesmo tempo promotora de igualdade social e de evangelização. Caridade que, assim, é missão de todo o batizado para construção do Reino de Deus e salvação de todos.
Vicente e Luísa foram e são exemplos inspiradores da vida de fé. Foram elevados aos altares. São modelos. Por isso celebramos, no jubileu de suas mortes, o significado de suas vidas, meditando os seus passos e pedindo a eles a sua intercessão para que possamos melhor viver o carisma vicentino em tudo o que fazemos.

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